Após 12 anos (atuando 5 anos como ONG e 7 anos como protetora independente), de muitas lutas, adversidades, conquistas, tristezas, alegrias e a consciência de ter colaborado para tornar um pouquinho melhor a vida dos animais, muitas reflexões por mim foram feitas.
A ONG Luz Animal existe de fato há quase 5 anos (fundada em 25/10/04) e de direito há 2 anos aproximadamente (registrada em 23/08/07). Essa duração de tempo foi muito oportuna para solidificar a certeza de que PROJETEI, OUSEI e FUNDEI uma ONG de proteção de animais! E com essa mesma certeza de que alcancei plenamente meus objetivos na causa animal é que estou encerrando as atividades da ONG Luz Animal.
A partir de 10/08/09 aproximadamente o site será desativado em caráter definitivo e permanente, juntamente com o contato eletrônico da ONG, ana@luzanimal.org . Enviarei meu novo contato oportunamente.
Guardo muitas lembranças, algumas boas, divertidas, alegres, maravilhosas e em contrapartida, lembrança de momentos difíceis, muito tristes, conflituosos.
Como em todas as estações da vida, conheci pessoas com todos os tipos de interesses, desde as mais puras até as mais aviltantes, falcatrueiras que se escondem subliminarmente atrás da bandeira da causa animal para tirar vantagens pessoais, políticos demagogos que somente trouxeram retrocesso e estagnação à causa animal! Não apontarei nomes, nem culpados, pois a ninguém interessa, exceto a mim.
Uma das afirmações mais hilárias que ouvi de uma pessoa, certa feita, é que “teriam que caçar a minha carteira de protetora de animais”! Acreditem, é a mais pura e cômica verdade! Sem comentários!
Agradeço a todos, sim, no singular, pois apenas uma pessoa fundou a ONG, a manteve e a está extinguindo. Tive muitos colaboradores incansáveis ao longo do tempo, pessoas valorosas que me auxiliaram a percorrer esse caminho.
Quando me referia à ONG Luz Animal no plural (nós) nunca foi com o intuito de esconder ou de mentir sobre a quantidade ativa de integrantes da ONG, mas sobretudo por não parecer egoísta.
Quando afirmamos muito em nosso diálogo o “EU”, mostramos uma total falta de humildade e egocentrismo. Antes dever-se-ia redigir com verbos nas formas impessoais.
Então, finalizando esse e-mail é que reverencio A TODOS AQUELES QUE ME (NOS) AJUDARAM! Uma salva de palma para vocês! Vocês são únicos!
E para encerrar, despeço-me, citando palavras de um dos maiores escritores de todos os tempos, um de meus preferidos, Fernando Pessoa, que estudei com afinco durante a faculdade. Segue abaixo texto de sua autoria.
Ana Roggia
(Fernando Pessoa)
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final..
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração..
.... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te :
“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”
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